SOBRE DISCUSSÃO E CONSTRUÇÃO
No início desse ano de 2007, após uma série de encontros e discussões entre estudantes, aconteceu uma eleição para criação do grêmio do CAC (Centro de Artes Cênicas), 88 alunos votaram (dos 130 do departamento), 84 disseram Sim à representação estudantil pelo grêmio em chapa única com reuniões aberta à todos.
Quando começaram a surgir as questões dos decretos na ordem do dia, os estudantes do CAC se articularam de várias formas para estar à par da questão, convidamos uma advogada para nos auxiliar na análise, participamos das primeiras discussões acerca dos decretos promovidas no campus e etc..
Em vista do crescente movimentação interna, fizemos reuniões departamentais no CAC com todas as partes que o compõe: estudantes, funcionários e professores. Dessas reuniões surgiram propostas de mobilização conjunta e de uma possível “greve-ativa”, em que as disciplinas continuariam mas inverteriam seu foco para a questão do movimento. Nas paralisações subseqüentes organizamos, com todos que quiseram participar, intervenções teatrais que problematizavam a questão.
Dias depois, a assembléia geral dos estudantes da USP, com cerca de 1500 presentes, deliberou greve por quase unanimidade. Tal fato ampliou as discussões no departamento e fez surgir a necessidade de uma assembléia de estudantes do CAC. Nessa assembléia, aberta a todos os estudantes do departamento de artes cênicas, por 52 votos a favor e 3 contra foi decidida a greve dos estudantes com interrupção de todas as disciplinas de graduação. Os professores do departamento, no mesmo caminho, aderiram à deliberação estudantil antes mesmo da ADUSP – seu orgão representativo – deliberar greve (o que aconteceria alguns dias depois). A partir daí todo departamento é paralisado.
Desde então há assembléias de departamento e de estudantes todas as semanas, onde decidimos nosso calendário, nossos modos de discussão e deliberamos sobre os rumos e sobre a manutenção, ou não, da greve. Grande parte de todo esse processo está documentada em atas que podem ser lidas no blog do grêmio: www.gremiocac.blogspot.com.
Após se dar todo o processo acima referido, fomos surpreendidos com um texto de um aluno do 1° ano que continha afirmações falaciosas acerca da movimentação interna e impropérios à seus participantes. Repudiamos veementemente a utilização da palavra “nojentos” e as inverdades contidas na versão à nós apresentadas, que são::
1. A fala da professora Cibele Forjaz foi transcrita de forma totalmente diferente de como foi dita, tendo assim deturpado completamente a opinião da professora
2. A afirmação de que haveria algum instrumento de intimidação àqueles com opiniões contrárias a da maioria.
3. O fato de dizer existir muitos alunos contrários às determinações de assembléia, sem basear-se em nada que comprove tal afirmação.
4. A afirmação de que o primeiro ano optou ou impôs a greve. (A greve foi deliberada em assembléia, que representa todos os estudantes de todos os anos)
Afirmamos que a representação em grêmio aberto e as assembléia de estudantes são as formas encontradas que mais se aproximam de uma atitude absolutamente democrática. E, reiteramos que a participação de todos é fundamental para o desenvolver de idéias e de ações.
Estudantes do departamento de Artes Cênicas da Universidade de São Paulo,
06 de Junho de 2007.
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